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HISTÓRIA DO JORNALEIRO

30 de setembro comemora-se o dia do jornaleiro


Ao que tudo indica os jornaleiros já contam com mais de 150 anos de história na vida do país. Tudo teria começado com negros escravos que saíram pelas ruas gritando as principais manchetes estampadas nas primeiras páginas do jornal atualidade (primeiro jornal a ser vendido avulso, em 1858). Coube aos imigrantes italianos, chegados ao Brasil no século XIX, a expansão da atividade paralela ao desenvolvimento da imprensa no país. Na época, os “gazeteiros”, como eram chamados, não tinham ponto fixo, perambulavam pela cidade com pilhas de jornais amarrados que carregavam no ombro.


Foi um dos imigrantes italianos Carmine Labanca, que primeiro montou um ponto fixo na cidade do Rio de Janeiro – razão para muitos associarem o nome dos pontos-de-venda (banca) ao sobrenome do fundador. As primeiras bancas eram montadas em caixotes de madeira com tábua em cima onde eram acomodados os jornais a serem vendidos.


Com o tempo, os caixotes evoluíram para bancas de madeira, isso em torno de 1910, e continuaram a habitar o cenário carioca, até mais ou menos na década de 50, quando foram sendo substituídas aos poucos por bancas de metal, o que continua até hoje.


A regulamentação das bancas veio com o então prefeito da cidade de São Paulo, Jânio Quadros, em 1954. Por conta do paisagismo da cidade, o prefeito entendeu que as bancas de madeira não combinavam com o progresso da capital paulistana, por isso, passou a conceder licenças para novos modelos, o que gerou grande avanço na organização do espaço.


Atualmente, as bancas estão modernas: piso em mármore e inúmeros outros recursos para favorecer o bem-estar dos consumidores.

Curiosidades:


A palavra “gazeteiro” que também significa aluno que costuma “gazetear” (faltar às aulas sem que os pais saibam), tem sua origem no jornaleiro porque a criançada preferia ficar nas bancas de jornais e revistas ao invés de ir para o colégio.

"Gazetta" era o nome da moeda em Veneza, no Século XVI, essa palavra deu origem a Gazetta de Veneta, jornal que circulava na cidade no Século XVII e que com o tempo virou sinônimo de periódico de notícias. O nome "jornal", que veio nomear depois “jornaleiro”, tem sua origem latina “diurnális” que se refere a “dia”, “diário” – o que significa relato de um dia de atividades .



Em 1816, um ajudante de impressor francês, Bernard Gregoire, saiu pelas ruas de São Paulo a cavalo oferecendo exemplares do jornal “A Província de São Paulo”. Mais tarde, este mesmo jornal passou a ser Estado de São Paulo, conhecido hoje como “O Estadão”.

Dias Atuais:


A informação nos dias de hoje é indispensável. É através dela que norteamos nossas vidas, que sabemos o que acontece no mundo. Além disso, é também entretenimento. Não é só aos jornalistas e produtores de um jornal que devemos agradecer pelo fato da informação chegar até nossa casa, devemos também agradecer a milhares de profissionais que trabalham na distribuição dessa informação. E quando se trata de jornal impresso, estamos falando de jornaleiro.

O jornaleiro pode ser aquele que fica na banca de jornal, que vende todo tipo de material informativo periódico, como jornais, revistas, palavras-cruzadas, apostilas, ou também aquele que vende jornais nas ruas ou em sinais de trânsito.

A profissão é reconhecida pelo Ministério do Trabalho e sua descrição está relacionada na classificação Brasileira de ocupações. Os jornaleiros que ficam em banca ou nas ruas, estão incluídos como ambulante.

No dia 30 de setembro, os jornaleiros são lembrados, pois, esse é seu dia. Crê-se que os negros escravos foram os primeiros jornaleiros que saíram gritando pelas ruas as principais manchetes estampadas nas primeiras páginas do jornal “A Atualidade” (primeiro jornal a ser vendido avulso, em 1858).




A trajetória dos jornaleiros é marcada de árduo trabalho. A explosão de um brilho nos olhos das crianças ao comprarem gibis e o pensamento crítico de um intelectual que só pode ser formado porque a banca estava disponível.




Dia do jornaleiro é dia especial para jornalista, ou deveria ser. Fazer jornal é bonito, é chique, coisa de quem estudou, de quem estuda. Vender jornal é coisa de quem ama, o guarda, o entrega, o protege. Setembro é especial por causa deles, dos jornaleiros. Pouco se fala de seu trabalho, poucos são lembrados, poucos são cumprimentados em seu dia, talvez até porque estão minguando, acabando, se extinguindo, se transformando.

Com as novas mídias, não se sabe qual será o destino dos jornaleiros. O que está claro é que todos os dias, em quase todos os cantos do planeta, um novo jornal ainda é impresso, e milhões de pessoas ainda vão às bancas buscá-los. Milhões ainda esperam o entregador trazer o seu. Milhões reverenciam os jornais e até os jornalistas, mas não sei se o jornaleiro. Dia 30 de setembro é o dia deles. Ser jornal é bom, ser jornalista é ótimo, mas ser jornaleiro é lindo.



Fontes:
www.cultura.updateordie.com
www.bancabrasilonline.com.br
www.estacio.br (Revista do Jornaleiro – Ed. Out/2004)

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